Por Luciana Brianti
Na Bahia, a comunhão entre diferentes religiões, culturas e costumes é bem peculiar, caracterizando assim o sincretismo religioso. A liberdade religiosa está contida nesta cultura tão matizada. E hoje vamos falar de uma festa linda, cheia de gente, cores, sons e fé!
A principal festa brasileira em homenagem a Iemanjá acontece no dia 2 de fevereiro em Salvador, no bairro boêmio do Rio Vermelho. No sincretismo religioso, que representa esta fusão de elementos afros nos cultos católicos, Iemanjá, deusa dos grandes rios, mares e oceanos é identificada no catolicismo como Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora das Candeias.
Essa tradicional Festa será tombada como Patrimônio Imaterial de Salvador. O processo está registrado sob o nº 1002/2019 visando sua inscrição no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações da Fundação Gregório de Matos (FGM), a Notificação Pública de abertura do processo foi publicada no Diário Oficial do Município em 19/11/2019.
A Festa de Iemanjá faz parte das comemorações do calendário afro-brasileiro, sendo Iemanjá uma divindade de origem africana. Seu nome significa “mãe cujos filhos são peixes”. É considerada a deusa das águas, mãe de vários outros orixás. No Brasil, é conhecida ainda como Janaína, Iara, Sereia do Mar, Rainha do Mar, entre outros.
O culto a Iemanjá foi trazido ao Brasil no final do século XVIII até quase metade do século seguinte, principalmente pelo povo iorubá, uma das maiores etnias do continente africano, concentrado especialmente na Nigéria.
A tradição do Cortejo de Iemanjá no Rio Vermelho começou em 1923, quando num período de escassez de peixes, os pescadores do bairro começaram a fazer oferendas à rainha do mar pedindo mar tranquilo e peixe em abundância.
No alvorecer do dia, os fogos e o som dos tambores anunciam o início da festa mais intensa da Bahia. Vale a pena acompanhar os filhos e filhas de santo saudarem Iemanjá na Praia da Paciência. E ali apreciar o culto e os cânticos tradicionais do candomblé e da umbanda, iluminado pelos primeiros raios de sol. Milhares de pessoas se vestem de branco, e ao longo do dia, fazem seus pedidos, promessas e levam seus presentes até a Casa do Peso, na Colônia de Pesca do Rio Vermelho. No meio da tarde os pescadores saem em uma linda procissão em seus pequenos barcos, ao som de atabaques e fogos, em direção a alto-mar onde entregarão os presentes oferecidos por todos aqueles adeptos do candomblé e da umbanda, devotos e turistas que ali estiveram para homenagear a rainha do mar, a bela sereia de cabelos longos e vestido azul, também chamada de Janaína.
No dia 2 de fevereiro chegue cedo na Praia do Rio Vermelho, seja na areia da praia ou nas ruas, aprecie e viva esse misto entre o santo e o profano, reverencie o astro rei que nascerá ao som dos tambores, faça seus pedidos, promessas, pedidos … renove as energias como banho de pipoca, de alfazema, de folha, … E ao longo do dia acompanhe os vários grupos de samba, percussão, cortejos afros e capoeira. Curta os diversos eventos que acontecem entre a Praia da Paciência e a Praça Colombo. Diversas barracas se espalham pelas calçadas, com diversas bebidas e quitutes, a feijoada é o prato mais tradicional da festa. Uma multidão de visitantes se espalha pelas ruas, se divirta e desfrute da energia deste bairro que também serviu de inspiração para os romances de Jorge Amado!
Salve a senhora das águas, a majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada!
Fé e alegria – Odoyá!
Fontes de pesquisa:
http://www.ebc.com.br/cultura/2016/02/dia-de-iemanja-confira-transmissao-direto-de-salvador
https://icalendario.br.com/festa-popular/festa-de-iemanja
https://www.topensandoemviajar.com/2020/01/09/festa-iemanja-salvador/
Imagens encaminhas por e-mail em jpeg
www.viajenaviagem.com/2014/01/salvador-passeios-sincretismo-orixas/
