Por Monique Mayumi Kamada
Bom, temos de convir que a vida moderna está cada vez mais acelerada e carregada de atribuições. A reclamação sobre “falta de tempo” é geral e envolve todas as faixas etárias. É difícil ouvir alguém dizer que está ocioso. Os prazos parecem pequenos demais para cumprir as demandas, o corpo se agita, os pensamentos aceleram… e, nesse ritmo frenético, as sensações e emoções ficam com menos tempo para serem percebidas, processadas, elaboradas, monitoradas e reguladas.
Estudo, trabalho, academia, família, amigos, cuidados com a casa, supermercado, alimentação, lazer, trânsito, reuniões on-line, redes sociais, contas a pagar, mensagens para responder, sono… e dezenas de afazeres que geram alegria, prazer, relaxamento, tensão, ansiedade, desespero, medo, raiva, tristeza, esgotamento… tudo junto e misturado num único dia! Ufa! Até para escrever esse trecho minha respiração ficou mais rápida!
Vale citar que é saudável experimentar variados sentimentos, emoções e sensações, desde que eles não sejam intensos, nem recorrentes e não tragam prejuízos para a qualidade de vida. Ou seja, é necessário ter equilibro em se tratando de saúde mental.
Ao observar nossa rotina, é possível visualizar a aceleração do tempo social. Mas não só isso! Incrivelmente quase ninguém consegue colocar limite para si mesmo, tampouco lidar com as frustrações oriundas dessa desestruturação espaço-temporal.
Não é raro darmos um “google” para a busca de um nome para o tanto de sintomas que localizamos em nós.
Porém, se você suspeita de TDAH, (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade) ou TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), saiba que não existe o autodiagnóstico, tampouco generalizações, como “todos somos um pouco desatentos, impulsivos, inquietos, irritados, apresentamos falha na memória ou temos perturbação do sono”. Transtornos não estão “na moda” e ter um ou outro sintoma não caracterizada um quadro. Eles são condições que acarretam prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou profissional.
O TAG, por exemplo, envolve medo e preocupação excessivos; o TDAH interfere no foco, na concentração, na hiperatividade e na impulsividade. Ambos precisam ser avaliados e tratados terapeuticamente por psicólogo, psicomotricista, psicopedagogo, etc., a depender dos déficits que a criança, adolescente ou adulto apresentam e somente um médico psiquiatra ou neurologista pode fechar o diagnóstico e definir a necessidade ou não de medicação.
Não menospreze condições alheias, tampouco hipervalorize sinais, banalizando diagnósticos. O respeito e a empatia podem ajudar a pessoa a se sentir pertencente e também a aceitar que precisa de intervenções e de suporte. Reflita sobre isso!
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Referência principal:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION – APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Imagem:
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Perfeito. A banalização dos transtornos e o autodiagnóstico afastam quem realmente precisa de um diagnóstico.