Por Rony Cysney
Maria do Carmo Miranda da Cunha, nasceu em Portugal, no dia 9 de fevereiro de 1909, segunda filha de um Barbeiro com uma Dona de Casa. Com menos de um ano de idade, Carmem muda-se para o Brasil, sem nunca ter retornado ao seu País de origem. Instalaram-se no Rio de Janeiro, onde o seu pai abriu um salão de barbeiro, junto com um amigo. Foi no Rio, onde nasceu os seus 4 irmãos: Amaro, Cecília, Aurora e Óscar. Seu apelido “Carmem” foi dado pelo seu Tio, que era apaixonado por ópera.
Em 1928, Carmem Miranda começou a atuar na emissora da Rádio Sociedade Professor Roquete Pinto (Atual Rádio MEC) e, no ano seguinte, gravou a sua primeira música, o samba “Não Vá Sim’bora”. Em seguida, vieram “Barucuntum” e “Iaiá Ioiô”. A música “Taí” com a marcha-canção “Pra Você Gostar de Mim”, gravada em 1930, vendeu mais de 35 mil cópias no mesmo ano de lançamento, sendo aclamada como “a maior cantora do Brasil”.
Gostava muito de se apresentar vestida de “Baiana” e, seu estilo, agradou bastante aos norte-americanos, provocando polêmica entre os brasileiros, por causa de suas vestes estilizada e com o arranjo de frutas tropicais que carregava sobre a cabeça, expondo ao mundo, uma visão caricata e estereotipada do Brasil. Entre as apresentações nos Estados Unidos e no Brasil, foi algumas vezes desprezada, por um grupo de brasileiros que a consideravam “americanizada”. Mas isso durou pouco, pois, mais tarde, seria muito aplaudida no Brasil, com a música especialmente composta por Vicente Paiva e Luiz Peixoto, chamada “Disseram que Voltei Americanizada”, se tornando mais um grande sucesso.
Em 1940, em uma de suas apresentações no Brasil, discursou:
“Não é certo nem verdadeiro, que eu tenha afirmado nos Estados Unidos a minha nacionalidade, sou brasileira, porque aqui me encontro desde a idade de um ano; e nesta terra me eduquei e fiz minha carreira artística. É ao povo brasileiro — aos meus patrícios — que devo todo este incentivo, todo este aplauso, todas estas homenagens. E não há, sequer, uma entrevista minha, em qualquer órgão de imprensa, em que não tivesse sempre reafirmado, categoricamente, este meu amor, este meu carinho, esta minha admiração pelo Brasil.”
Museu Carmem Miranda Reabre no Rio de Janeiro
Museu Carmem Miranda foi reaberto no Rio, sexta-feira passada (04/08/2023) com exposição de cópias fiéis, dos seus vestidos, bem como alguns vestidos reais, originais, além de sandálias originais, tamanho 33/34, que sustentavam saltos, que a deixava até 16 cm mais alta. Com seus turbantes gigantescos, a “pequena notável” crescia ainda mais. Com seus 14 filmes feitos nos Estados Unidos, entre 1940 e 1950, nunca deixou de ser um dos maiores símbolos de brasilidade, levando o samba e a marchinha pro mundo inteiro.
Muitíssimo merecido esse museu reaberto, após 10 anos fechado. Viva a “nossa” Carmem Miranda!!!
Por: Rony Cysney
Fonte das fotos: e-biografia / Wikipedia