quinta-feira, maio 9, 2024
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Orientação Sexual

 Por Valquiria Pinto 

Hoje vamos conversar sobre um assunto que é muito importante que todos saibam que é a “Orientação sexual”, mas antes vamos entender sobre a óptica da Psicanálise.

Para Freud, a sexualidade se desenvolve desde os primeiros anos de vida em que o sujeito inicialmente, coloca como objeto de prazer zonas erógenas. Ele cita 4 fases do desenvolvimento psicossocial do indivíduo, são eles: a Fase Oral em que o bebê coloca como zona de prazer o peito da mãe, que no ato de sugar e receber o alimento como recompensa, faz com que este associe o peito a algo que, sempre quando entra em contato, lhe traz prazer que no caso, é obter o alimento; a fase anal onde a zona erógena é o ânus, aqui o sujeito sente prazer na produção das fezes como sua primeira criação para o mundo e para os pais, e o ato de poder que lhe é colocado a partir do momento em que a criança consegue segurar e liberar as fezes é muito satisfatório para este indivíduo e isso lhe causa prazer. Muitos estudiosos afirmam que, quando esse momento é incentivado e apoiado pelos os pais sem frases que menosprezem o ato como “ nossa que fedor!” ou “que coisa horrível”, isso ajuda o sujeito a se tornar um adulto mais criativo e com melhor desempenho no trabalho; a Fase Fálica é quando a criança vê seu órgão genital e descobre que o do outro sexo é diferente do seu; a Fase Genital se dá no período da adolescência e vai até o fim da vida é aqui que o sujeito encontra o prazer sexual não mais apenas nas zonas erógenas, mas principalmente no órgão genital e descobre o prazer quando se relaciona com o outro. Percebe que desde o início do desenvolvimento libidinal, não há um sexo específico pelo o qual o indivíduo é colocado a sentir prazer apenas com ele, mas sim, uma sexualidade inicialmente voltada para zonas erógenas e por último o prazer sexual na relação com o outro, seja ele homem ou mulher. 

No seu texto sobre Os três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905), Freud chama o que ocorre com esses sujeitos de “inversão” e classifica em três tipos. O primeiro ele chama de absolutamente invertidos, que é quando o sujeito tem como objeto sexual apenas pessoas do mesmo sexo, e não tem vontade nenhuma de ter relação com pessoas do sexo oposto a ponto de, muitas vezes, lhe causa náusea só de pensar. O segundo são os invertidos antígenos, aqui não há exclusão de sexos e o sujeito sente impulsos sexuais pelos dois. E por último e terceiro caso estão os invertidos ocasionais, que são pessoa que dependem de certas ocasiões ou exigências que podem lhe fazer sentir atração por determinado sexo.

A clínica no que diz respeito à homossexualidade manifestada, assimilada ou não pela personalidade do indivíduo e que pode ou não apresentar uma determinada ordem de problemas clinicamente relevantes. Todos nós possuímos uma libido e a sua orientação libidinal de uma pessoa em direção a um objeto do mesmo sexo, ou em direção a um objeto do sexo oposto, não tem diferença essencial qualitativa ou normativa, isto é, esta ou aquela orientação não é mais ou menos adequada, normal ou patológica do que outra. 

 

Quando Freud escreveu nos Três Ensaios que “o afeto de uma criança por seus pais é, sem dúvida, o traço infantil mais importante que, após revivido na puberdade, indica o caminho para sua escolha de um objeto, mas não é o único.”

Outros pontos de partida com a mesma origem primitiva possibilitam ao homem desenvolver mais de uma linha sexual, baseadas não menos em sua infância, e a estabelecer condições muito variadas para sua escolha de objeto”. “As inumeráveis peculiaridades da vida erótica dos seres humanos, assim como o caráter compulsivo do processo de apaixonar-se, são inteiramente ininteligíveis, salvo pela referência à infância e como efeitos residuais da infância”

A orientação sexual é um termo que diz muito a respeito sobre à forma como o sujeito vivencia os teus desejos e deleite corpóreo. É criticável a ideia de “opção sexual” ou “preferência sexual”, já que muitos fatores (inclusive biológicos) estão envolvidos, não seria uma mera escolha. Prefere-se o termo “orientação sexual”, por melhor refletir a complexidade da sexualidade humana. Nesse sentido, pode praticá-los de diversas maneiras, com pessoas do mesmo sexo, de sexo diferente, com ambos os sexos, sem parceiros etc. 

Cabe destacar a assexualidade (os assexuados são pessoas que não têm a sexualidade orientada nem para hétero, nem para homo, nem para bissexualidade – não sentem atração sexual nenhuma e vivem muito bem assim. Não sentem necessidade de fazer sexo), como forma de orientação sexual.

A designação “orientação sexual” vem sendo usada fortemente nos últimos anos para substituir a “opção sexual”, que ao meu ver ninguém  opta por sua sexualidade, porque se fosse uma opção, então deveríamos partir da premissa de que as pessoas também optaram por ser heterosexuais, ou mesmo que os homossexuais fizeram essa escolha.

 

Profa. Valquiria A Pinto

Psicanalista Esportiva e Clínica

 

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