Por Teo Gelson
Dancin’ Days
Grande clássico da teledramaturgia brasileira, a novela Dancin’ Days, de Gilberto Braga. Produzida e exibida pela emissora, em sua tradicional faixa das 20 horas, de 10 de julho de 1978 a 27 de janeiro de 1979, em 174 capítulos, essa trama inesquecível marcou por popularizar comportamentos, ditar tendências de moda (como as meias coloridas de lurex) e fisgar a audiência em frente a TV, com um enredo marcante e muito bem escrito por Gilberto Braga sobre uma mãe que tenta recuperar o amor da filha após mais de 10 anos presa. Ainda, uma direção inspirada de nomes como Daniel Filho (também diretor geral), Gonzaga Blota, Dennis Carvalho, Marcos Paulo e José Carlos Piéri e um elenco de peso com talentos como Sônia Braga, Antônio Fagundes, Joana Fomm, Pepita Rodríguez, Reginaldo Faria, Glória Pires, Lauro Corona e Lídia Brondi nos papéis centrais, garantiram o êxito do folhetim.
1- Gilberto Braga elaborou uma obra envolvente que, associada à novidade das discotecas, transformou Dancin´Days num dos grandes e memoráveis sucessos da história da televisão brasileira – fenômeno este não pretendido e aguardado nem mesmo pelo autor.
2- A ideia da trama começou a partir de uma concepção de Janete Clair, mestra de Gilberto, que tinha visto uma reportagem sobre ex-presidiárias que buscavam retomar a sua vida em sociedade. O título previsto inicialmente do trabalho era A Prisioneira.
3 – Dancin’ Days foi o ‘debute’ de Gilberto Braga no horário nobre da Globo. O autor já havia escrito sucessos às 18 horas, como Senhora, Escrava Isaura e Dona Xepa, e recebeu o auxílio do diretor Daniel Filho, que o ajudou na idealização da novela. Daniel disse em seu livro “Antes que me Esqueçam”: “Eu sentia que a novela poderia – e deveria – retratar uma época em que todos vivíamos freneticamente, uma época densa, de amor livre, uma época libertária, com as drogas em seu auge.”
4- Os figurinos de ‘Dancin’ Days’ foram produzidos por Marília Carneiro, que idealizou o uso das meias de lurex com sandálias de salto alto fino e criou uma calça de jogging de cetim com listras laterais para a mudança da personagem Júlia Matos (Sônia Braga), um dos acessórios mais emblemáticos quando se comenta da trama e que consagrou o folhetim. Marília Carneiro realizou, inclusive, uma visita ao presídio feminino Talavera Bruce, em Bangu (RJ), para pesquisar uma forma de compor o vestuário e a aparência da protagonista, que no começo da novela apareceu com os dentes escurecidos afim de reproduzir o semblante de uma mulher que esteve mais de dez anos presa.
Fonte: https://blogtvenovelas.wordpress.com/