quinta-feira, maio 9, 2024
Home Destaques Tim Maia do Brasil

Tim Maia do Brasil

Por Teo Gelson 

Para quem quer conhecer melhor a história do síndico vale (e muito) a pena ler a biografia Vale Tudo, escrita pelo amigo e companheiro de trabalho Nelson Motta, que o fez como alguém que não só tinha pesquisado a vida de Tim, mas como um amigo que passou por algumas das histórias contatadas. A linguagem do livro é bem informal e é algo bem fácil de ler.

A impressão que dá é que Tim viveu do jeito que queria, sem seguir normas ou ordens de ninguém, com exceção da mãe, que mesmo com o filho com seus 40 e poucos anos, ainda mandava e desmandava nele quando queria. Era a única pessoa que conseguia.

De resto era um desleixado que torrava o dinheiro com drogas, festas, garotas de programa e, muitas vezes, ajudando os outros. Mesmo quando teve disciplina pra correr atrás do que queria, e certamente correu bastante, foi do jeito que quis.

Tim foi amigo de infância de Erasmo Carlos. Os dois eram vizinhos e só brigaram uma vez, ainda na infância. Erasmo, muito mais alto, achou que intimidaria Tim, mas foi o contrário. Tim Maia pegou uma barra de ferro e saiu correndo atrás de Erasmo. Ficaram poucos dias sem conversar e depois tudo voltou a normal.

Quando começou a tocar, Tim aprendeu a música “Bop a Lena”, que acabou virando “Babulina”. Babulina virou seu apelido e, certo dia, ficou sabendo que outro cara que também curtia música também tinha esse apelido. Erasmo conhecia os dois e apresentou Tim ao outro… que era o Jorge Ben Jor.

Sua primeira banda teve o nome de The Sputniks e Roberto Carlos era um dos membros. Tocaram um dia em um programa de TV e neste dia Roberto fez algo que deixou Tim puto da vida: viu Imperial, que tinha selecionado os Sputniks para tocar, e disse que também imitava Elvis Presley.

Tim ficou alucinado quando escutou o Chega de Saudade, do João Gilberto. Escutava o disco o dia inteiro e, acostumado a tocar músicas simples e de poucos acordes, deu duro para conseguir tirar as músicas do novo ídolo.

A família de Tim fazia marmitas e eles conheciam uma antiga freguesa que morava em Nova York. Ele precisava então achar esta mulher, a Sra. Cardoso, que lá pertencia a família O’Meara e que não tinha sido avisada sobre a chegada de Tim. Curiosamente, ela e o marido americano tiveram um filho que nasceu no mesmo dia, mês e ano de Tim Maia, que acabou vivendo com eles por algum tempo.

Logo após chegar ao Brasil, Tim também foi preso roubando mesa e cadeiras de uma casa, com um amigo. Levou uma surra da polícia, que fez com que perdesse os sentidos.

Na cadeia, ele era popular entre presos e carcereiros. Não era considerado perigoso e todos riam dele. Quando voltou ao Brasil, trabalhou por pouco tempo como guia turístico, aproveitando que seu inglês era perfeito e cheio de sotaque. Ficou sabendo que um grupo grande de professores americanos estavam chegando no rio e lhe queriam como guia. Tim explicou a situação para os funcionários do presídio, que também levaram em conta que a pena já estava no fim. O Síndico conseguiu ser liberado durante o dia para mostrar a cidade para 40 professores da Universidade de Wiscosin.

Certa vez, sozinho em uma sala, pegou um livro que estava na mesa e começou a ler. O livro Universo em Desencanto mudou a forma de Tim ver a vida. “Nós somos originários de um planeta distante e perfeito e estamos na Terra exilados… A única salvação é a imunização racional, que se conquista lendo o livro e seguindo seus ensinamentos. Só assim podemos nos purificar e ser resgatados pelos discos voadores de volta a nosso planeta de origem superior: o Racional Superior”. Passou a seguir os ensinamentos do mestre Manoel Jacintho.

 Logo depois ficou três dias sem aparecer no estúdio. Quando apareceu, disse que quem quisesse continuar na banda teria que seguir os ensinamentos do livro. Nada de bebidas, cigarro, ou maconha. Sexo só com a intenção de fazer filhos. Chegou até mesmo a pintar todos os instrumentos da banda de branco… Até os metais.

Um dos episódios mais marcantes desta época é o show que realizou em um presídio em que o diretor também era adepto destas ideias. Os presos piraram e o cantor chorou durante o show.

FONTE: https://www.audiograma.com.br/

 

 

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui

Mais Lidas

Os desafios do homem sertanejo no “A Mesma Água”

Por Redação  “A Mesma Água”: Novo livro do escritor Eliecim Fidelis retrata os desafios do homem sertanejo Livro de contos será lançado no dia 24 de...

As Panteras

Por Teo Gelson  Ficaram notórias durante todo o período de filmagens as brigas e discussões ocorridas entre integrantes do elenco. A mais grave foi uma...

Sulamericana e Libertadores a todo vapor

Por Fernando Francisco  Neste meio de semana o destaque do futebol é a Sul Americana e Libertadores e já começou nessa terça dia 07/05 na...

A Medicina do Futuro

Por Dr Guilherme Britto  Você já imaginou ser assistido por um único médico que consegue cuidar das suas deficiências hormonais, gerenciar seu sistema cardiovascular, fazer...