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Dia Internacional da Mulher e os desafios diários para superar o rótulo do “sexo frágil”

Por Marcus Vinicius Peralva Santos

Prezados leitores, hoje chegamos com a nossa coluna de Artes e literatura numa edição especial, destinada a discutirmos o papel da mulher em nossa sociedade e refletirmos se realmente há algo a se comemorar neste dia 08 de março de 2020, o dia internacional da mulher.
Conforme consta na literatura, o dia 8 de março foi definido como Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas em 1975, em decorrência de uma série de manifestações femininas organizadas por mulheres russas desde 1909, e ganhando maior notoriedade entre 1913 a 1917. Vocês podem se perguntar, qual era o motivo destas manifestações, e por incrível que pareça, os motivos são bem atuais, estando entre eles, a busca por melhores condições de vidas, melhores condições de trabalho e respeito as mulheres. Enfim, a busca pelos direitos das mulheres.
Talvez você relembre, da época do colégio, de ter escutado alguns dos seus professores associarem o dia da mulher a um incêndio ocorrido em 25 de março de 1911 numa fábrica em Nova York, onde várias mulheres, em condições nada honrosas morreram queimadas. Vale destacar que não foram só mulheres que morreram neste incêndio, mas elas compreendiam a maioria dos funcionários que morreram queimados, mas a busca por maior representatividade feminina e a busca por condições trabalhistas mais dignas vem de eventos anteriores a este.
E se pararmos para pensar na situação da mulher brasileira, qual será o panorama que encontramos na atualidade? Numa busca rápida na internet, usando os termos “problemas”, “mulheres” e “Brasil”, os principais resultados obtidos na pesquisa incluem: “busca por igualdade de gênero”, “fim da violência”, “desigualdade salarial”, “baixa representatividade política”, “responsabilização do trabalho reprodutivo” e “assédio sexual”.
Os resultados obtidos nesta simples busca, conforme pode ser observado por vocês, são bastante polêmicos e por isso optei por destacar de forma bem breve apenas dois deles, são eles, a “baixa representatividade política” e a responsabilização do trabalho reprodutivo”.
Para falarmos da baixa representatividade feminina na política, temos obrigatoriamente verificar os números da educação no país. Em 2014, segundo dados da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), as mulheres eram a maioria no mercado estudantil de ensino superior, no entanto recebiam em torno de 40% a menos do que um homem com mesma escolaridade e desempenhando a mesma função. Já em 2019, este número permaneceu quase que o mesmo, segundo dados divulgados pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (SEMESP), sendo que de forma injustificável as mulheres ainda sofrem restrições quanto as funções que querem desempenhar.
Sabendo-se disso, vem a dúvida. Porque a representatividade das mulheres na política é tão baixa? Uma possível resposta vem dos cursos preferenciais escolhidos pelas mulheres a cursar no ensino superior. Boa parte destas mulheres por terem um baixo orçamento financeiro mensal, acabam por cursar cursos mais baratos, que não comprometam tanto a sua renda, a exemplo das licenciaturas, diferente dos homens que buscam em sua maioria estudar cursos na área das Engenharias, Direito, dentre outras, as quais lhes permitem ter uma visão maior do mundo e galgar funções políticas, que muitas vezes acabam parecendo algo intocável as mulheres. Vale destacar aqui, que neste ambiente político, as mulheres que aí já trabalham, acabam muitas vezes sendo inferiorizadas pelos homens, como sendo “sentimentalistas ao extremo”, ou as chamadas “mulheres com calças”.
Quanto ao segundo tema, “responsabilização do trabalho reprodutivo”, temos aí um dos aspectos mais difíceis para as mulheres, que se refere a quase que total responsabilidade dirigida a elas, quanto ao processo de afazeres domésticos e geração e educação dos filhos. A mulher sem dúvida fica com a maior sobrecarga em relação a gravidez. Não basta apenas carregar o bebe por 9 meses em seu ventre, ela ainda deve amamentar, cuidar de todos os pormenores que envolvem os cuidados do bebê e ainda deve cuidar da casa e sorrir alegremente para sociedade.
Tratam-se de atributos idealizados em tempos pretéritos e que são incompatíveis com a mulher moderna, que possui mil e uma atividades para fazer tanto dentro, quanto fora de casa, necessitando de ajuda para desempenhar tamanhas demandas com sucesso.
A busca pelo reconhecimento das mulheres é algo antigo e que por incrível que pareça, na atual conjuntura política em que vivemos, ameaça se tornar algo cada vez mais difícil de se conseguir. A mulher é muito mais do que um ser capaz de gerar outro indivíduo. Trata-se de uma pessoa capaz de questionar e ser questionada, de propor desafios e superar os mesmos, que é muito mais do que um corpinho bonito, é a pura fé e perseverança que norteiam um vencedor, em nosso caso, vencedora, que esta num conflito constante querendo superar os desafios e mostrar suas potencialidades.
Neste panorama vemos que apesar de anos de lutas, as mulheres ainda precisam lutar para ganhar reconhecimento e galgarem funções de maior prestígio e remuneração, sendo os elementos alvo desta luta, os mesmos desde o inicio desta guerrilha. E nos perguntamos…será que podemos comemorar o Dia Internacional da Mulher? Há algo realmente a se comemorar ou é apenas mais uma data para os grandes empresários lucrarem com as vendas?
Parabéns mulheres! Que o seu poder não seja lembrado apenas hoje, mas sim, sempre em nosso cotidiano e que sempre possamos refletir e lhes parabenizar pelas novas conquistas alcançadas em nossa sociedade, ainda tão machista, mas que tem chances de melhorar!
Feliz Dia Internacional da Mulher!

FONTE DA IMAGEM:

Mulheres na ciência: os desafios e conquistas de ontem e hoje

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