sexta-feira, abril 26, 2024
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Trabalho Social – Bando Cultural Favelados

Por Paulo Martinelli

  1. CASTELO BRANCO

ATOR, DIRETOR E PRODUTOR

Castelo Branco nasceu no interior do Ceará, em uma cidade chamada Boa Viagem. Com 2 anos de idade seus pais decidiram buscar um novo caminho e partiram para o Rio de Janeiro, ao chegar se instalaram na maior favela da América Latina, “Rocinha” .

Foi um recomeço muito difícil, muitas dificuldades, mas aos poucos a família foi crescendo e se acostumando com a nova realidade.

Na infância, Castelo Branco e sua mãe Sofreram um acidente muito grave, foram dias de luta pela vida, até hoje ele sofre com sequelas, mas aos poucos está conseguindo se restabelecer.

Diante de tantas lutas e dificuldades, aquele garoto tentava se encaixar naquele mundo de poucas oportunidades e de muito preconceito.

 Ainda adolescente, saiu a procura de um curso de inglês, mas assim como em todas as favelas as oportunidades são escassas, sem resultados decidiu se matricular em um curso de teatro, foi amor à primeira vista, desde então seu amor pela arte só cresceu, porém não estava totalmente feliz pois sentia um enorme desejo de ajudar outras pessoas.

 

Em busca de conhecimento

Uma jornada árdua e incessante

Seu desejo de ajudar só crescia, iniciou uma dura jornada de pedidos de bolsa para estudos da arte, após muitos nãos, conseguiu ajuda, dedicou-se aos estudos e ao mesmo tempo conseguiu criar um grupo de estudos, criou um sarau em uma pequena barbearia de um amigo, aos poucos conseguiu reunir uma boa quantidade de livros, os primeiros ouvintes eram os clientes e aos poucos foi aumentando até que o espaço se tornou pequeno.

Paralelo a tudo isso, Castelo Branco trabalhava como promotor de eventos em um hotel próximo a Favela da Rocinha, todos os dias ao voltar para casa subindo as vielas da comunidade, se deparava com crianças soltas nas ruas sem muita perspectiva de futuro.

Pensando em ajudar aquelas crianças, sob muita dificuldade, sem recurso, sem local apropriado, resolveu montar sua primeira peça, um infantil chamado: “Chapeuzinho Rosa em Defesa do Verde” que apesar de toda dificuldade foi um sucesso!

Muito feliz por ter concluído o objetivo de montar uma peça, sua cabeça a mil, pensando em quão lindo é o poder que a arte tem de salvar, transformar e o quanto isso o tornava mais completo e humano.

Desde então Castelo Branco nunca parou, era apenas o começo de uma jornada incansável, surgia aí o Bando Cultural Favelados. Os projetos consumindo seus pensamentos, uma incessante vontade de fazer arte. A partir deste momento torna-se conhecido na comunidade e a cada dia mais envolvido com os problemas da favela, a falta de recurso é um ponto importante em suas decisões, mas isto nunca foi um empecilho para a realização dos seus sonhos.

Durante todo seu percurso de Bando Cultural e mesmo com todos os problemas e dificuldades, Castelo Branco conseguiu fazer arte com muito pouco ou quase nada. Confira um pouco do seu trabalho, das suas montagens no teatro e na tv…

 

Paulo Martinelli

Bando Cultural Favelados

Montagens de peças e trabalhos para televisão

 A primeira foi, “Chapeuzinho Rosa em defesa do Verde, depois Allan Kardec a Saga de um Decodificador, O herói gari, Chapetuba futebol clube, As anjas, Brasil um país de poucos, Vida de gado, Brasil Campo de concentração, Cinco montagens O Rei Leão, quatro montagens A paixão de Cristo, Curta Republicanos, Média Facções Golpe de Estado, Curta Legião a Imagem de Mal, Curta Praga Rogada, Curta Pandemia, Navalha na carne, A paixão de Cristo, O Auto da Compadecida, Opinião a Voz do Morro, entre outros trabalhos que no momento não pode ser divulgado, mas 2022 promente muitas surpresas.

Agora que você já percebeu que experiencia não lhe falta, vamos a pergunta que não quer calar: Qual a formação academica de Castelo Branco?

Essa pergunta é muito importante, pois muitos acham que eu comecei a fazer arte e não me preparei. Então… o conhecimento é uma busca diária e incessante, não podemos afirmar que sabemos tudo, continuo aprendendo até hoje. Iniciei na Casa de Cultura, depois fiz Tablado, Casa da Gávea, cursos livres, oficinas no sindicato dos artistas – SATED, formação acadêmica na Universidade Bennett, que hoje é Univéritas, após minha formação, retornei a univesidade

Paulo Martinelli

FAVELA E ASFALTO

Juntos pela Arte

Bom, essa pergunta é muito difícil de responder, eu poderia chutar um número, mas não seria correto, O Bando desde a sua criação já passaram centenas de pessoas, alguns conseguiram seus objetivos e fazem sucesso como artista, outros se descobriram em outras áreas outros apenas desistiram, mas o que mais me orgulha são aqueles que deixaram de praticar crimes

porque se descobriram como pessoa, como ser humano, como um cidadão, independente de fazer sucesso ou não, o que importa é extrair de cada um o amor pela arte e amor ao próximo.

OFICINA INFANTIL

Introdução a arte

Quanto aos parceiros, é incrível como a arte une, e isso me deixa muito emocionado, a troca de energia e experiencia. O primeiro padrinho do Bando foi Jorge Coutinho que levou a Lea Garcia, que deu o nome ao espaço: Base Cultural Lea Garcia, Paulo Betti sempre presente apoiando e ajudando dentro do possível, Dira Paes, Galdino Calixto, Felipe Alves um parceiro e amigo, a saudosa atriz Camila Amado, seus últimos quatro anos de vida foram vividos no Bando, ela amava estar em nós.

O Direto do SATED Paulo Martinelli, sempre apoiando e abraçando as causas do Bando, é importante citar que sou muito grato a todos que passaram e os que ainda estão aqui, pois o bando só sobrevive com a ajuda e apoio de todos.

Eu quero agradecer a todos que por aqui passaram, mas agradecer principalmente os que aqui estão pois somos feitos do presente, é para a frente que se anda.

Gratidão ao Vitor Vieira meu assistente de produção, a minha mão direita e esquerda Sandrinha Paz que além de me ajudar bastante é relações públicas do Bando, ao Wagnera  que além de ator é cantor e preparador vocal da turma. Além de todos que sitei aqui, temos um vasto grupo de amigos fieis que estão sempre presentes na vida do BCF. E a todos os artistas que nos procuram e confiam no nosso trabalho. Gratidão a todos!

PROJETOS 2022

No momento o BCF tem projetos?

Sim 2022 começou positivo, no teatro estamos com o Auto da Compadecida para estrear no teatro Café Pequeno e no teatro Dercy Gonçalves. Temos o musical O Reino do Leão que também iremos apresentar no teatro Dercy Gonçalves, a peça Opinião a Voz do Morro, com apresentação também no teatro Dercy Gonçalves, Paixão de Cristo que será encenada nas ruas da comunidade da Rocinha. Todas as apresentações iniciarão em abril.

Na tv estamos com um projeto de uma novela que se chama Blackout Facções em Guerra, um curta metragem que não podemos divulgar ainda… Muita coisa boa vindo por aí!

Oficina de dança, canto e filmagem com as crianças, introdução na arte.

 

Colaboradora: Sandra Paz

3 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns para Castelo Branco e seu Grupo.
    Sou grata por tê-lo conhecido você e seu grupo talento.
    Gosto muito do Paulo Martinelle, Jorge Kataĺão. Amigos que Deus me presentiou.

  2. Parabéns aos Diretores e todos envolvidos , é um prazer fazer parte desse projeto , que venham as gravações e produções em breve , tamos juntos ! 👏👏👏👏👏👏👏👍🏾

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