Por Paulo Roberto Reis
Instagram: @psipaulorobertoreis
Sabe aquelas pessoas inquietas e desatentas demais? Elas podem ter TDAH, e nem sabem disso. A questão é que pessoas sofrem por causa desse Transtorno, e ficam desesperadas por não saberem como lidar com os prejuízos causados pelos sintomas. O TDAH é um problema crônico, que pode impactar a vida inteira das pessoas. O Transtorno pode dificultar os relacionamentos afetivos e sociais, e a impulsividade gerar rejeições entre colegas e familiares. Daí a importância da informação, pois além de ajudarem os indivíduos a buscarem ajuda especializada, contribui para a superação de estigmas e preconceitos. Aqui, você encontrará alguns conceitos, sintomas e possibilidades de tratamento de um dos transtornos que mais afeta a população em todo o mundo.
Em conformidade com a Associação Brasileira de TDAH, o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Há vários sintomas que podem estar presentes no Transtorno. Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem 9 sinais e sintomas de desatenção e 9 de hiperatividade e impulsividade (sendo 6 de hiperatividade e 3 de impulsividade). Os principais sintomas são desatenção e hiperatividade-impulsividade, que podem gerar diversas situações problemáticas no cotidiano da pessoa. Geralmente, as pessoas afetadas pelo TDAH apresentam dificuldades nos relacionamentos interpessoais, frequentemente não prestam atenção em detalhes ou cometem erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades e tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.
Além disso, frequentemente parecem não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente e com frequência são facilmente distraídos por estímulos externos (DMS 5).Na seara da hiperatividade, é comum que pessoas com TDAH remexam ou batuquem as mãos ou os pés ou se contorçam na cadeira, levantam da cadeira em situações em que se espera que permaneçam sentados, deixam escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída, e são incapazes de brincarem ou se envolverem em atividades de lazer calmamente (DSM 5).
Entretanto, vale ressaltar, que pessoas com TDAH podem se tratar através de vários mecanismos, dentre eles: medicamentos, psicoterapia, grupos de apoio, bem como treinamentos e terapias complementares. Em relação à psicoterapia, a abordagem com maior evidência científica e eficácia no tratamento de TDAH é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), pois ajuda o paciente a desenvolver novos padrões de pensamentos e comportamentos, assim como na regulação emocional. Em síntese, a psicoterapia pode contribuir para estratégias comportamentais capazes de enfrentar os prejuízos decorrentes dos sintomas. Fulano é avoado e vive com o motor ligado? Então, ajude-o a procurar ajudar especializada.
Reflexão autoral de Paulo Roberto Santos Reis Soares, mestrando em Estudos de Linguagens (UNEB), graduado em Psicologia e Teologia (UCSAL), pós-graduado em Gerontologia e Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), e pós-graduando em Neuropsicologia. Atua como psicólogo clínico, com foco na saúde mental da pessoa idosa prestando atendimento online e presencial; psicólogo das organizações e do trabalho e palestrante.
Referências
Organização Mundial da Saúde. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas; 1993.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais, 5a edição – DSM-5. Porto Alegre: Artmed; 2014.
Fonte de imagem: Autoria desconhecida. Disponível em: https://esuppsicologia.com.br/tdah-transtorno-do-deficit-de-atencao-e-hiperatividade/ Acesso em 04 de julho de 2024.



