Por Paulo Roberto Reis
Instagram: @psipaulorobertoreis
Um dos mais importantes desafios de saúde pública, a partir do evento do aumento da expectativa de vida, são as doenças crônicas não transmissíveis. As doenças crônicas podem comprometer tanto os hábitos de vida quanto o bem-estar da pessoa acometida. Além disso, essas doenças são responsáveis por mais da metade dos óbitos. Cerca de 80% do público longevo possui pelo menos uma doença crônica. Dentre essas doenças estão as demências, que provocam diversos prejuízos cognitivos, emocionais e comportamentais.
As demências são caracterizadas como síndromes que afetam progressivamente as funções cognitivas, como, por exemplo, memória, linguagem, atenção e raciocínio. As demências possuem caráter multifatorial não possuindo apenas uma causa, e podem ser classificadas em degenerativas e não degenerativas. As demências não degenerativas podem ser ocasionadas por meio de traumatismos, deficiências nutricionais, tumores, acidentes vasculares e outras; já alguns exemplos das demências degenerativas são Doença de Corpos de Lewy, Doença de Parkinson (DP) e Doença de Alzheimer (DA) – sendo essa última a mais comum.
As dificuldades cognitivas trazem grande sofrimento psíquico para as pessoas com demência. Alteração de humor, memória, apatia, irritabilidade, agressividade, alterações no apetite e no sono, bem como uma série de sintomas. As demências geralmente começam a aparecer nas pessoas com 60 anos ou mais, porém não é uma regra. Existem quadros demenciais que são desenvolvidos de modo precoce.
Mas uma das perguntas é: como evitar o surgimento de demências? Viver um estilo de vida saudável pode ajudar a diminuir os riscos. Daí a importância da prática regular de exercícios físicos, cuidar da saúde nutricional e estimular a mente. As atividades podem ser variadas, como, ir ao cinema, fazer palavras cruzadas, buscar aprender coisas novas, respeitar os momentos de descanso, evitar o consumo de álcool, socializar cultivando amizades e cuidar da qualidade do sono. Além do mais, o controle de doenças crônicas é necessário, como, diabetes, hipertensão e etc. O controle emocional é muito importante e faz a diferença. Cuidar, sobretudo da ansiedade e estresse, contribui para uma vida mais ativa e funcional.
Reflexão autoral de Paulo Roberto Santos Reis Soares, mestrando em Estudos de Linguagens (UNEB), graduado em Psicologia e Teologia (UCSAL), pós-graduado em Gerontologia e Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), e pós-graduando em Neuropsicologia. Atua como psicólogo clínico, com foco na saúde mental da pessoa idosa prestando atendimento online e presencial; psicólogo das organizações e do trabalho e palestrante.
Referências
Abreu, I.D., Forlenza, O.V. & Barros, H.L. (2005, junho). Demência de Alzheimer: correlação entre memória e autonomia. Rev. psiquiatr. clín., 32(3): 131-6.
Araújo, Claudia Lysia de O; Nicoli, Juliana Silva. Uma revisão bibliográfica das principais demências que acometem a população brasileira. São Paulo: Revista Kairós Gerontologia, 2010.
IMAGEM: autoria desconhecida. Disponível em: https://www.cottonbaby.com.br/blog/sua-familia/dicas-de-bem-estar-idosos/



