Por Karina Gubernati
@karinagubernatiarquiteta
O mercado Wellness já movimenta trilhões pelo mundo todo. E a expectativa é que ele cresça ainda mais, com projeção de passar de 6 trilhões de dólares, de 2023 para 9 trilhões, em 2028.
No Brasil, a situação não é diferente. O setor movimentou cerca de 110 bilhões de dólares em 2025. Cuidados pessoais, alimentação saudável, nutrição, atividade física e turismo de bem-estar estão entre os setores desse segmento.
O futuro na arquitetura e no design também vai por esse caminho. As pessoas buscam o que vai além da estética, além do visual. Buscam mais. Buscam ambientes que regeneram e elevam o bem-estar.
Mas, o que é a Arquitetura Wellness?
Wellness, na tradução literal significa bem-estar.
Na teoria, a sensação de bem-estar pode ser definida como um estado de satisfação plena das exigências do corpo e do espírito, evocando sentimentos de segurança, conforto e tranquilidade. Na prática, a sensação de bem-estar pode ser fomentada por diferentes estratégias, desde hábitos individuais até a forma como o ambiente é construído = arquitetura.
Com uma abordagem multidisciplinar, a arquitetura “Wellness” carrega um grande potencial em fomentar mudanças comportamentais alinhadas com o desenvolvimento saudável e sustentável do ambiente construído, mas também, e principalmente, do seu usuário.
Ambientes que empregam esses conceitos afetam a química cerebral, estimulando a produção de neurotransmissores, como dopamina e serotonina, fundamentais para a sensação de conforto e segurança.
Muitos estudos confirmam. Espaços com características adequadas e saudáveis contribuem para o bem-estar, aumento de produtividade, melhora da satisfação e até a felicidade dos seus usuários. Essas constatações vão ao encontro da teoria que afirma que os seres humanos são 30% genética e 70% estilo de vida e interação com meio ambiente.
Indo pelo caminho contrário, indivíduos que têm que lidar constantemente com ruídos, com temperaturas muito frias ou muito quentes, ou com iluminação inadequada, sofrem um estresse constante, mesmo sem que eles percebam.
Transformar a arquitetura em uma ferramenta de prevenção e cura, onde o ambiente construído se torna um santuário que cuida das pessoas, promovendo um equilíbrio total entre corpo, mente e ambiente é o que esperamos nos próximos anos.
A arquitetura do futuro não será apenas sobre estética – será sobre criar ambientes que potencializem o ser humano.
Cada detalhe importa: a luz natural entrando no ambiente, o toque suave de um material na decoração, a disposição dos móveis de modo a favorecer uma integração social, enfim, um futuro em que o design se torna agente ativo para o nosso bem-estar, impactando diretamente na forma como moramos, trabalhamos e nos socializamos.
Estamos vivendo um momento sobrecarregado de informações tecnológicas, com muita atenção voltada ao mundo digital e às novas possibilidade de Inteligência artificial. E ao mesmo tempo, nos distanciando das pessoas ao nosso redor, do convívio pessoal, e mais ainda, nos distanciando das nossas raízes com a natureza.
Repensarmos os nossos espaços para nos criar bem-estar é mais urgente do que nunca.



