Por: Dr Paulo Roberto Reis
Instagram: @psipaulorobertoreis
O envelhecimento humano é complexo, caracteriza-se por um conjunto de alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas. Diante de tais alterações, as pessoas apresentam perda progressiva da capacidade de adaptação ao meio ambiente, surgem doenças ou estas se acentuam, alterando suas faculdades motora, equilíbrio, força e cognitiva. Falar sobre quedas em pessoas idosas é entender que é uma questão de saúde pública, pois, de acordo com o IBGE, no Brasil, mais de 40% da população idosa com mais de 80 anos de idade já sofreu de queda. Além disso, segundo o mesmo Instituto, a queda é a terceira causa de mortalidade de pessoas idosas.
A queda tem por definição o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, sem correção em tempo hábil, tendo como causa circunstâncias multifatoriais extrínsecas ou intrínsecas que comprometem a estabilidade. Pode resultar em comprometimentos físicos, funcionais e psicossociais, além da redução da qualidade de vida e da capacidade para realizar tarefas do dia a dia. Sim, as quedas podem trazer inúmeros malefícios para a saúde do idoso, sobretudo aquele que se encontra numa condição frágil. É preciso estar atento se o idoso recebe atenção profissional em todos os campos, como, oftalmologista, geriatra, fisioterapeuta, psicólogo e gerontólogo. Por exemplo, um gerontólogo pode ajudar no mapeamento dos riscos, bem como intervir nas diversas situações ambientais e contextuais da pessoa idosa.
É preciso, ainda, cuidar do ambiente em todos os sentidos: qualidade da iluminação, retirada de tapetes e outros objetos que possam atrapalhar a livre passagem, instalar corrimões nas escadas e banheiros, não deixar o piso molhado, usar fitas antiderrapantes e outros. O ambiente precisa estar adaptado segundo as necessidades daquela pessoa, para que ela se sinta segura e confortável. Ademais, os cuidados especializados devem ser constantes. Em caso de queda, não negligencie. Busque ajuda profissional ou uma unidade de saúde.
Reflexão autoral de Paulo Roberto Santos Reis Soares, mestrando em Estudos de Linguagens (UNEB), graduado em Psicologia e Teologia (UCSAL), pós-graduado em Gerontologia e Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), e pós-graduando em Neuropsicologia. Atua como psicólogo clínico, com foco na saúde mental da pessoa idosa prestando atendimento online e presencial; psicólogo das organizações e do trabalho e palestrante.
Referências
ANTES, D. L.; SCHNEIDER, I. J. C.; D’ORSI, E. Mortalidade por queda em idosos: estudo de série temporal. Revista Brasileira de Geriatria de Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 18, n. 4, p. 769- 778, 2015.
AVEIRO, M. C.; ACIOLE, G. G.; DRIUSSO, P. et al. Perspectivas da participação do fisioterapeuta no Programa Saúde da Família na atenção à saúde do idoso. Revista Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 1, p. 1.476-1.478, 2011.
GOVERNO FEDERAL. Todos os anos, 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem quedas. Disponível em:
https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2022/10/todos-os-anos-40-dos-idosos-com-80-anos-ou-mais-sofrem-quedas Acesso em 22 de maio de 2024.
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