Por Dr. Julio Cesar
Médico Veterinário
Especialista em Estética Animal
@nagashimajulio
O final do ano chega trazendo viagens, festas e a necessidade crescente de muitos tutores deixarem seus pets em hotéis e creches. Em um cenário econômico apertado, é compreensível a tentativa de ajustar gastos — e muitas vezes a vacinação entra na lista do “posso deixar para depois”. Mas, na rotina clínica e de estética, vejo diariamente que esse é exatamente o tipo de economia que sai caro lá na frente.
Quando um pet entra em um ambiente coletivo — hotel, daycare, pet shop, casa de parentes com outros animais — ele passa a conviver com vírus e bactérias que não encontra dentro do lar. Por isso, nesta época do ano, manter as vacinas em dia não é apenas recomendação: é proteção real.
Sempre reforço: vacinação não é despesa, é segurança.
A falsa economia: quando adiar a vacina vira prejuízo
Pular um reforço vacinal pode parecer vantajoso no orçamento, mas o risco é alto. Doenças evitáveis são caras, difíceis de tratar e, em alguns casos, fatais. Entre as situações mais comuns nesta época estão:
Parvovirose e Cinomose
Altamente contagiosas, especialmente em locais com grande circulação de cães. Os custos de internação, medicação e exames superam facilmente qualquer economia prévia — e ainda assim não há garantia de recuperação.
Tosse dos Canis (Traqueobronquite)
Muito frequente em hospedagens no final do ano. Em animais não vacinados, pode evoluir para pneumonia, exigindo acompanhamento prolongado.
Gripe Felina e Rinotraqueíte
Comuns em ambientes onde gatos compartilham espaços. Além do desconforto, causam febre, secreções e perda de apetite.
Em todos os casos, o tutor que economiza no reforço acaba pagando mais em consultas, tratamentos e afastamento de banhos e tosas. É a típica conta que não aparece no boleto, mas aparece no consultório.
Por que o final de ano pede atenção redobrada
1. Hotéis mais cheios = mais risco
Mesmo estabelecimentos sérios não conseguem evitar completamente o contato entre animais. A vacina cria uma barreira de proteção essencial.
2. Festas e fogos aumentam o estresse
Pets estressados tendem a ter queda de imunidade, facilitando infecções.
3. Tutores descobrem atrasos na última hora
É comum aparecerem para reservar hospedagem e perceberem que faltam reforços, o que gera correria, sobrepreço e, às vezes, impossibilidade de hospedagem.
Como gestor, sempre recomendo que clínicas e pet shops avisem os clientes com antecedência. A prevenção é econômica para todos.
Como proteger o pet sem pesar no bolso
Planejar o calendário vacinal
Distribuir vacinas ao longo do ano evita custos acumulados.
Aproveitar pacotes de prevenção
Combos com vacinas, vermífugos, antipulgas e check-ups geralmente saem mais baratos.
Manter cuidados de higiene e estética
Pele saudável responde melhor às vacinas. Como groomer, observo alergias e irritações que precisam de atenção antes de se agravarem.
Checar os requisitos do hotel com antecedência
A maioria exige V8/V10, antirrábica, tosse dos canis, vacina felina e controle de ectoparasitas.
A prevenção é o melhor presente de final de ano
No período mais movimentado do calendário, manter o pet protegido é o que garante tranquilidade para toda a família. Um pet vacinado tem:
hospedagem segura,
menor risco de adoecer,
menos gastos emergenciais,
bem-estar mesmo longe dos tutores.
Em tempos de crise, a prevenção continua sendo a estratégia mais inteligente.
Cuidar bem não é gastar mais — é gastar certo, no momento certo.
Por Dr. Julio Cesar
Médico Veterinário e Especialista em Estética Animal
@nagashimajulio



