Por Julio Cesar
@nagashimajulio
Muitos tutores acreditam que oferecer um pedacinho da nossa comida ao pet é um gesto de carinho. Porém, o que parece inofensivo pode causar sérios problemas de saúde aos cães e gatos. O sistema digestivo deles é diferente do nosso, e vários alimentos comuns na dieta humana podem provocar desde leves indisposições até intoxicações graves.

Alimentos que devem ser evitados
Entre os mais perigosos estão o chocolate, a cebola, o alho, a uva e a uva-passa. O chocolate contém teobromina, substância tóxica para cães e gatos, podendo causar vômitos, agitação, tremores, cansaço e, em casos graves, convulsões. Já cebola e alho possuem compostos que destroem glóbulos vermelhos, levando à anemia.

A uva e a uva-passa, mesmo em pequenas quantidades, podem causar insuficiência renal aguda, com sinais como vômitos, tristeza e diminuição na produção de urina.
Também devem ser evitados alimentos gordurosos, temperados ou fritos, pois podem causar vômitos, diarreia e pancreatite, uma inflamação dolorosa e potencialmente grave do pâncreas. Além disso, ossos cozidos, especialmente os de frango, podem se fragmentar e perfurar o intestino.

Alimentos que podem ser oferecidos com segurança
Alguns alimentos naturais, quando oferecidos de forma moderada e correta, podem complementar a dieta do pet. Frutas como banana, maçã sem sementes, melancia sem casca nem sementes e mamão são bem toleradas por muitos cães. Já os legumes cozidos sem tempero, como cenoura, abóbora e chuchu, são boas opções de petiscos saudáveis.
Mesmo assim, é importante lembrar que cada animal é único. Pets com doenças como diabetes, doença renal ou alergias alimentares precisam de dietas específicas e acompanhamento veterinário.

Atenção aos sinais de alerta
Após a ingestão de alimentos inadequados, os primeiros sintomas costumam ser vômitos, diarreia, salivação excessiva, fraqueza e falta de apetite. Em casos mais sérios, podem ocorrer tremores, convulsões ou até colapso. Diante de qualquer sinal anormal, o tutor deve procurar atendimento veterinário imediatamente, informando o que foi ingerido e em que quantidade.
Conclusão
Compartilhar comida é um ato de amor, mas é fundamental lembrar que o organismo dos pets não funciona como o nosso. A melhor forma de demonstrar carinho é oferecer uma alimentação balanceada, indicada por um médico-veterinário, e petiscos próprios para a espécie. Cuidar da nutrição do seu animal é investir em saúde, longevidade e bem-estar.
Carinho em forma de cuidado: o que oferecer (ou não) ao seu melhor amigo.
Por Julio Cesar Nagashima,
Médico Veterinário e Terapeuta Holístico
@nagashimajulio



