Por Tarciana Trindade
@tarcianatrindade
A caderneta de poupança continua sendo o investimento preferido de muitos brasileiros. Segundo dados do Banco Central, milhões de pessoas ainda mantêm seus recursos guardados nessa modalidade.
A popularidade se explica: a poupança é simples, acessível e segura. Mas será que ainda vale a pena investir nela?
Segurança e facilidade atraem investidores
Abrir uma conta poupança é fácil e rápido, e não exige grandes conhecimentos sobre o mercado financeiro. Além disso, o dinheiro aplicado é protegido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira, o que garante tranquilidade ao investidor mesmo em caso de problemas com o banco.
Outro atrativo é a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos — uma vantagem que simplifica a vida de quem não quer se preocupar com declarações ou descontos no ganho. A liquidez imediata também é um ponto forte: o dinheiro pode ser retirado a qualquer momento, ideal para quem precisa de acesso rápido aos recursos.
Rendimento baixo e perda para a inflação
Apesar das facilidades, a poupança perde espaço para outras opções de investimento. Seu rendimento é considerado baixo, principalmente quando a Taxa Selic está em patamares menores. Hoje, quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende apenas 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR) — índice que, na prática, representa um ganho modesto.
Outro problema é a inflação. Em períodos de alta nos preços, o dinheiro guardado na poupança pode perder poder de compra. Ou seja, o investidor pode ter mais reais na conta, mas com menor valor real para gastar.
Além disso, o rendimento da poupança é creditado apenas uma vez por mês, na chamada data de aniversário da aplicação. Se o saque for feito antes dessa data, o investidor perde o rendimento daquele período.
Alternativas mais rentáveis
Com o avanço das plataformas de investimento, o brasileiro tem hoje acesso a várias opções seguras e com rendimento superior ao da poupança. Aplicações como CDBs, Tesouro Direto, LCIs e LCAs são exemplos de alternativas que mantêm a segurança e podem oferecer retorno maior, dependendo do prazo e do perfil de risco do investidor.
Vale a pena manter o dinheiro na poupança?
Especialistas afirmam que a poupança ainda tem seu papel, especialmente como reserva de emergência — aquela quantia guardada para imprevistos, que precisa estar disponível a qualquer momento. No entanto, para quem busca aumentar o patrimônio ou proteger o dinheiro da inflação, é importante diversificar e conhecer outras opções.
Em resumo, a poupança continua sendo um porto seguro, mas não o mais lucrativo. Guardar dinheiro é sempre positivo, mas investir bem é ainda melhor.



