Transtorno de Personalidade Borderline: Características, Desafios e Abordagens Terapêuticas. Parte I.
Por Natalia Toneto – Psicóloga
Falar sobre o Transtorno de Personalidade Borderline (TBP) não é uma tarefa fácil. Embora hoje tenhamos muitos estudos científicos e com certeza inúmeras fontes de pesquisas, entre livros, artigos e com certeza muitos profissionais da área da saúde mental falando sobre esse tema, ainda assim é sempre desafiador falar sobe ele. Percebo que todas as vezes que vamos falar sobre alguns transtornos psicológicos temos tantas informações misturadas e cheias de mitos, mas pouco realmente se fala: como, onde e quem descobriu esse diagnóstico. E por mais que a ciência tenha suas evoluções diariamente (ainda bem – viva a ciência!) hoje em dia temos tantas fontes de informações que fica às vezes um tanto quanto… difícil separar algumas verdades e, sinceramente, eu vejo tanta gente “gostando” ou “preferindo” lidar com o que é mais simples e falso, que me faz pensar que: devido a tanta falta de instrução real e orientação, as tais “fake news” tomam tanto espaço nas telas do nossos celulares e se espalham de com tanta rapidez que fica difícil de lutar contra isso.
Tá bom, mas o que tudo isso tem a ver com Transtorno de Personalidade Borderline? Confie em mim, muita coisa. Se você soubesse o tanto de coisas absurdas eu já ouvi e pode ter certeza, até vídeo de pessoas famosas da área da saúde dando informações desnecessárias. Então me comprometo em manter uma sequência de artigos para falarmos melhor sobre esse tema, tendo fontes confiáveis e as minhas experiencias sendo uma profissional especializada da área. Eu sinceramente espero poder ajudar pessoas com o diagnóstico, ou que desconfiam que tenham, assim também podendo ajudar familiares e amigos.
Segundo a ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria, estima-se que há cerca de 2 milhões de pessoas que padecem de transtorno de personalidade borderline no Brasil. Já Dalgalarrondo & Vilela, 1999 apud Gunderons & Phillips, 1995 relatam que 10% no geral da população mundial pode ter TPB.
Saber essas informações é muito importante, até porque se você acha que esses números já representam muita coisa, imagine o tanto de pessoas que nunca tiveram a possibilidade de saber o que realmente as afetava e quanta outras nunca saberão. Sim, elas podem nunca saber por vários aspectos e alguns deles tem a ver com a falta de informação correta e PRINCIPALMENTE pela falta de tratamento adequado. Muitos pacientes com este diagnóstico acabam em internações psiquiátricas devido a sua baixa tolerância à frustração, vazio intenso, medo de perder pessoas de extrema importância, além da distorção da sua autoimagem que pode levá-los a cometer autolesão e até sérias tentativas de morte por suicídio.
E claro que, no desespero para sanar todos esses sintomas e manter a pessoa viva, começa-se a travar uma luta contra o tempo. Então várias medicações e psicoterapias são administradas, até que o/a paciente possa encontrar certa estabilidade. E quando finalmente essas “estabilidades” medicamentosas chegam e a possível confirmação para o transtorno chega, nem sempre ela vem carregada de paz e alívio. A partir daqui muitas coisas precisam e irão acontecer!
Vamos combinar algo aqui: Semana que vem eu volto com a parte II trazendo um pouco da história do TPB e os seus sintomas.
Caso você ou alguém que conheça esteja passando por essa situação, busque ajuda de profissionais da área da saúde mental da sua confiança. Se quiser falar comigo, você me encontra no @psi.nataliatonetolima. Será ótimo falar com contigo.
Abraços e até breve!
Referencias:
CANAL ABP TV. Atualizações no diagnostico e tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline. Youtube, 5 de julho de 2022. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mEQFcEZcYdU> acesso em 10 de janeiro de 2025.
DALGALARRONDO, Paulo; VILELA, Wolgrand Alves. Transtorno borderline: história e atualidade. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 2, n. 2, p. 52-71, 1999.