domingo, maio 5, 2024
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Violência Doméstica

Por Renato Camargo

 

As mortes causadas pelo COVID já superaram as 120 mil vítimas no Brasil, e está alcançando a marca de 1 milhão pelo mundo.

Igualmente preocupante é o número de agressões que as mulheres estão sofrendo em meio à crise pandêmica. Com as famílias em isolamento em casa, o Ministério da Saúde apontou que o houve aumento de 40% de denúncias recebidas pelo canal 180.

Essa é uma realidade para milhares de mulheres pelo Brasil, que convivem diariamente com o medo, vivendo anos sob clima de tensão e cercada de violência física, psicológica, emocional, verbal, sexual e patrimonial.

O problema sempre existiu e a mentalidade parece ainda caminhar a passos lentos para uma mudança radical de postura. Quem trabalha nos serviços de saúde, como psicólogos e assistentes sociais, recebem diariamente denúncias de todo tipo de violência que as mulheres sofrem em casa, e os agressores geralmente são os maridos.

Mulheres que sofrem abuso ao conviverem com maridos usuários abusivos de álcool ou drogas, mulheres que são emocionalmente abusadas e verbalmente agredidas e muitas vítimas de abuso sexual.

Esse tipo de violência está mais próximo de nós do que imaginamos, talvez ocorra no vizinho, ou mesmo, na nossa família, e a conduta é sempre a mesma: “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, ou seja, o silêncio de quem poderia estar salvando uma vida em perigo.

Qual solução para esse problema, já que é uma epidemia antiga e cresce ano a ano? A Lei Maria da Penha define, tipifica e cria serviços especializados que combatem todas as formas de violência contra as mulheres, composto por instituições de segurança pública, justiça, saúde e assistência social.

É um enfrentamento importante para esta demanda, que coloque o agressor no lugar onde ele deve estar (cumprindo medidas restritivas), e a mulher no lugar de onde ela nunca deve ser tirada, que é o lugar de ser respeitada, detentora de direitos, vivendo em condições mais dignas e a garantia de uma sociedade mais justa e igualitária. No aspecto da segurança pública e justiça, para os agressores a lei não deve e não pode ser branda, a força da lei tem que coibir e restringir tais atitudes, sem a qual, o agressor torna a cometer o mesmo ato infracional.

No campo da saúde e da assistência social tem que fortalecer e criar mais espaços de acolhimento psicológico e social para orientação sobre a igualdade dos gêneros e conscientizar que essa luta é de todos, homens e mulheres.

Homens que orientarão outros homens sobre a responsabilidade de tratar esse assunto com profundidade e mulheres que fortalecerão outras mulheres a superarem essas experiências traumáticas. No entanto, há outra esfera da sociedade ainda mais importante do que essas citadas, que é a educação.

Mais importante que o tratamento corretivo é a prevenção, é abrir esse diálogo entre as crianças e adolescentes. Desde pequeno, o menino deve ser educado que não se bate em menina e o adolescente que uma brincadeirinha de mau gosto é o início de um tratamento machista e agressivo.

Mães e pais devem ensinar seus filhos (meninos) que não se dá tapa na coleguinha (menina), que não se manda calar a boca e nem toma atitudes que agridam a amiguinha. Da mesma forma são as mães e pais de meninas, para que denunciem toda forma de violência sofrida, que não se calem e não aceitem tratamento injusto e desrespeitoso.

Evidente que os modelos de conduta estão nos pais, se o pai costuma agredir a mãe, o filho fará o mesmo quando for adulto; e se a mãe costuma aceitar as agressões do pai, a filha da mesma forma se submeterá a isso.

Ao passo que, vamos ensinando as crianças pequenas e conscientizando-as, vamos transformando a sociedade e agindo para um futuro melhor.

A medida que a violência cresce entre os adultos, o uso da lei se faz necessária para coibir e impedir que mais mortes aconteçam, protegendo as mulheres e seus filhos, mas à medida que ensinamos desde cedo que ‘menino não bate em menina’ caminhamos para um futuro onde meninos tratarão meninas de forma justa, digna e igualitária. Assim caminharemos para um futuro onde menino não precisa necessariamente abrir a porta do carro para a menina, nem pagar a conta do restaurante, só precisa trata-la com respeito e humanidade, é só isso que elas exigem de nós, homens.

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