Por Angelica Schianta
Uma das mais antigas perguntas, nascida, provavelmente, junto com as próprias cidades seria mesmo o que, que é essencial para a sua existência? “O que transformaria os núcleos urbanos mais adequados à vida? Pois, segundo a escritora Kaley Overstreet, “Mais da metade dos habitantes do mundo vive em cidades e esse número deve aumentar na próxima década, com mais de 5 bilhões de pessoas vivendo em centros urbanos em todo o mundo. Buscando se adequar a essa nova exigência, as cidades candidatas a um estilo vida de melhor qualidade, além de tornarem-se mais interessantes e, portanto, atrair negócios para as empresas em geral, juntamente com chances de vida igual e mais saudável para seus moradores.
O que isto vem a ser, então, “a cidade dos 15 minutos”? Vamos pensar na cidade em que moramos? Conseguimos chegar ao mercadinho em quanto tempo se optarmos em ir a pé?
Podemos chegar facilmente de bicicleta em nossa escola ou trabalho? E quanto as praças, parques, clínicas médicas, farmácias, ou outro lugar qualquer que necessitássemos frequentemente visitar, estariam a poucos metros ou poderíamos chegar bem rapidinho?
É verdade, e bastante atual, que algumas cidades já vivem essa tendência, um novo conceito de “cidades de 15 minutos”, pois sabem da importância de estar envolvido por esses serviços, outras cidades, porém, estão elaborando as suas metas de planejamento urbano, além de ao mesmo tempo transformarem os seus bairros em distritos mais camaradas, amenos, aos pedestres, pois dentro dessa maneira se atende melhor às necessidades de seus moradores, que se sentiriam mais mesclados aos serviços, equipamentos, essenciais e eventualmente ali oferecidos, a apenas 15 minutos de distância de sua casa.
Essa coluna traz como exemplo a cidade de Paris, a capital francesa, que tem em sua prefeita, Anne Hidalgo, uma ferrenha defensora e incentivadora para o engajamento de grupos autossuficientes para cada um dos distritos da cidade, denominada de a ville de quart d’heure, ou seja, “a cidade de 15 minutos”. Junto a esse esforço em aplicar essa nova ideia, se compromete a plantar mais árvores, desarmar a força policial, aplicar penalidades para atos de vandalismo ou mesmo por se jogar lixo aleatoriamente. Ela se destaca, inclusive, em valorizar a movimentação das pessoas, aumentar a ciclovia nas ruas, reservar as ruas aos pedestres, deixando as principais avenidas inacessíveis aos veículos, assim como, em cumprir com a meta de retirar pelos menos 60.000 mil vagas de estacionamento de veículos por toda a Paris, nos próximos três anos.
Caro leitor, sua cidade é dos bairros em que você encontra tudo bem rapidinho, logo ali na esquina da sua morada? Esse conceito seria viável de se aplicar em sua cidade? Dê a sua opinião, sua participação é muit bem vinda, bem como sugestões de temas para nossa coluna. Até a próxima!
Angelica Schianta é Artista Plástica, Arquiteta, Urbanista e Conservadora de Bens Culturais.
@angelica_schianta
@turmalina_estudio
Fonte das imagens:
Capa: Cidade 15 minutos I Foto: Tibério
01: 15 minutos I Foto: Consumidor Moderno
02: Paris I Foto: Revista Passaporte
03: Ilustração I Foto: Expresso
Fontes de pesquisa:
www.archdaily.com.br/br/tag/archdaily-topic-2021-o-futuro-das-cidades
www.archdaily.com.br/br/955271/uma-utopia-para-pedestres-a-cidades-de-15-minutos
www.consumidormoderno.com.br/2020/01/30/cidade-15-minutos-revolucionar/