Por Daniele Costa do Canto
A moda é um grande motor do comércio internacional. Países como Itália, França e Estados Unidos são grandes exportadores de produtos de moda, impulsionando as economias locais e gerando receitas consideráveis. No Brasil, a moda também desempenha um papel crucial, especialmente no setor de confecções e moda praia, que são reconhecidos internacionalmente. Vale ressaltar que a moda contribui diretamente para o crescimento econômico através da criação de empregos e da movimentação de capital em diferentes setores, como o têxtil, confecções, marketing e varejo (FILLETI; BOLDRIN, 2020).
O fast fashion é caracterizada pela produção rápida e em larga escala de roupas, com preços acessíveis e tendências que mudam constantemente (POLITIZE!, 2024). Esse modelo impulsiona a economia de várias maneiras. Ele cria empregos em toda a cadeia de produção, desde a confecção até a logística, e contribui para o crescimento econômico de países onde a indústria têxtil é forte. No entanto, esse crescimento vem com um custo, já que a pressão para manter os preços baixos leva a práticas como a terceirização da produção para países onde a mão de obra é mais barata, muitas vezes em condições precárias (POLITIZE!, 2024). Além disso, o ciclo acelerado de produção e consumo gera um enorme volume de resíduos, com roupas sendo descartadas após poucos usos, o que impõe um fardo significativo ao meio ambiente.
Apesar de trazer benefícios financeiros, o fast fashion apresenta diversos problemas que afetam tanto a economia quanto a sociedade. A dependência de matérias-primas baratas e a produção em escala industrial resultam em danos ambientais significativos, tais como a poluição da água e a emissão de gases de efeito estufa (AGRO ESTADÃO, 2023). Além disso, a rápida obsolescência das roupas pode resultar em um consumo insustentável, incentivando os consumidores a comprarem e descartarem de forma mais rápida. Vale ressaltar que esse tipo de comportamento gera uma cultura de desperdício, onde milhares de toneladas de roupas são descartadas em aterros sanitários anualmente. Em razão disso, o fast fashion pode gerar uma bolha de consumo que, no longo prazo, pode ser insustentável, o que pode causar crises no setor quando a demanda não acompanha o ritmo de produção.
A economia circular apresenta-se como uma alternativa ao modelo linear de produção do fast fashion e propõe um ciclo fechado onde os materiais são reutilizados, reciclados e regenerados (ECOVALOR, 2024). As companhias de moda estão começando a adotar práticas de economia circular para minimizar os efeitos negativos do fast fashion. Isso inclui o design de roupas com maior durabilidade, o uso de materiais reciclados e recicláveis e a promoção de iniciativas como o upcycling, que transforma roupas usadas em novas peças. Essas práticas não somente contribuem para a diminuição do desperdício, como também criam novas oportunidades econômicas, como o desenvolvimento de tecnologias de reciclagem avançadas e o surgimento de novos mercados de consumo consciente, apesar de serem uma das dificuldades que a economia circular enfrenta (ECOVALOR, 2024).
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Referências bibliográficas
AGRO ESTADÃO. Como o fast fashion pode afetar o meio ambiente?. Disponível em: <https://agro.estadao.com.br/summit-agro/como-o-fast-fashion-pode-afetar-o-meio-ambiente>. Acesso em: 29 ago. 2024.
ECOVALOR. Economia Circular: uma alternativa sustentável ao modelo linear. Disponível em:<https://ecovalor.eco.br/economia-circular-uma-alternativa-sustentavel-ao-modelo-linear/>. Acesso em: 29 ago. 2024.
FILLETI, JULIANA DE PAULA; BOLDRIN, RAFAELA. A indústria têxtil no Brasil: um modelo econométrico analisando a hipótese de desindustrialização setorial. 2020.
POLITIZE! Roupas e realidades: mão de obra barata e escrava no fast fashion. Disponível em: <https://www.politize.com.br/fast-fashion/>. Acesso em: 28 ago. 2024.
Imagem para ser usada no Portal:
SITE “JORNAL DA USP”.
LINK: https://jornal.usp.br/ciencias/produz-vende-usa-descarta-pesquisadora-analisa-o-consumo-de-moda-rapida-a-partir-da-economia-da-cultura/