Por Rita Silva
A fissura labiopalatina pode impactar significativamente a autoimagem, exigindo um equilíbrio delicado entre intervenções cirúrgicas e recursos pessoais. No meu caso, perdi as contas do número de cirurgias que fiz para reabilitar o meu rosto e a luta pela auto acessível. Quando acabei de fazer uma cirurgia e comecei a me acostumar com aquela nova aparência tinha que me adaptar à nova face após uma próxima intervenção cirúrgica. E essa situação me acompanhou em todas as fases da minha vida.
Embora a cirurgia plástica possa melhorar a aparência e a funcionalidade, é crucial considerar que a busca incessante pela perfeição pode afetar a saúde mental.
Por um tempo esqueci da minha fissura e da minha cicatriz no rosto, mas a vida dava um jeito de me lembrar, principalmente quando recebia um comentário mal colocado ou com uma intenção maldosa. Outra coisa que aconteceu comigo por muito tempo foi querer ter um rosto de alguém não fissurado, uma coisa que é impossível de acontecer. Isso me causou muita frustração e questionamentos sobre a minha existência. Por isso, bato sempre na tecla do acompanhamento psicológico e pela busca pelo autoconhecimento, pois isso ajuda na nossa relação com o espelho que deve ser de compaixão e acessível, reconhecendo que a verdadeira beleza reside na nossa singularidade e na confiança que desenvolvemos ao longo do tempo.
As cirurgias têm seu lugar, mas o limite é determinado pelo bem-estar emocional e a capacidade de se aceitar como se é.
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