quinta-feira, abril 25, 2024
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Cota: politica de reparação e inclusão

Por Alexandre Nascimento dos Santos

Um certo dia estava sentado em um bar no bairro 2 de julho, no centro de Salvador, de repente ouço um indivíduo na mesa ao lado conversando sobre cota racial; é claro que fiquei com a antena ligada! O moço explicitava cheio de razão, que cota era uma maneira de afirmar que o preto não tinha um nível intelectual para ingressar nas universidades e concursos públicos.
Ele não era negro, sem noção das disparidades econômicas, sociais e educacionais entre pessoas da pele branca e de pessoas pretas na história do Brasil. Então me aproximei e perguntei se ele tinha ideia do significado de cotas raciais, com toda certeza não sabia, replicava um discurso elitista racista de privilégios de uma raça em detrimento de outras.
Cota racial são medidas afirmativas que integram pretos, indígenas e pardos, nos sistemas educativos, nas administrações públicas e nos cargos políticos. Durante muito tempo no Brasil, o povo preto foi considerado como seres sem alma, sem acesso à educação e a uma vida em sociedade.
Sabe-se que a história de inclusão dos pretos na sociedade e no sistema educacional tem marcas fortes de uma caminhada de desigualdade. Nesse sentido, o objetivo da cota é corrigir injustiças históricas provocadas durante séculos de escravidão na sociedade brasileira.
A Declaração Universal dos Direitos humanos declara que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e que toda pessoa pode invocar todos os direitos estabelecidos, sem distinção de raça, cor ou origem nacional.
Sendo assim, o movimento negro do Brasil diante de lutas constantes, conseguiu com que fosse consolidado em agosto de 2012, a Lei de Cotas como uma política afirmativa de equidade e inclusão a pessoas pretas, indígenas e pardos nas universidades e concursos públicos.

Alexandre Nascimento dos Santos
Pedagogo, Assistente Social e Pós Graduado em Psicopedagogia Clinica e Institucional.
@alexandrepedagogia.oficial
@alexandrexnascimento

Referências:

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Centro Gráfico, 1988
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Rio de Janeiro: UNIC, 2009 [1948].

Cotas raciais no Brasil: o que são?

Imagem: cedida do instagram – @casuloatelieartes
https://www.instagram.com/p/BqBQ0m7HMgc/?igshid=l41ylhf35cg8

6 COMENTÁRIOS

  1. Verdadeiramente tem muito a avançar, a nível de direitos humanos , principalmente aqui no nosso país.
    E para mudar isso, como bem aponta o texto, depende do engajamento do público que sofre tais barreiras para alcançar os lugares os quais são excluídos e que guardam nexo com o nosso passado histórico de formação.

    Agradeço pela iniciativa Alexandre!

  2. Nesse ano de 2021 fazemos 133 anos de abolição a escravatura, até parece que por número que já se passaram muito tempo para que nós negros estivéssemos inclusivo, mas como se tornar livre de forma ímpeto se passamos quase 300 anos de vida marginalizada e trabalho desumano. Aplausos a lei de cotas. Brasil um pais de todos.

  3. Infelizmente, ainda existe em nosso país, pessoas com essa concepção errônea, de que Cotas, elas subiram com esse objetivo, de trazer a Luz ,da sociedade, políticas afirmativas, de reparação a todos esses processo excludente, que o nosso POVO, sofreu ao longo da história! E que existe sim a Declaração dos Direitos Humanos, que somos todos iguais! Mais muito tênis lutado para que esses direitos, sejam assegurados e garantidos, A Exemplo temos aqui na Bahia, a Secretaria e Fórum Estadual da Igualdade Racial, so qual faço de parte, onde lá temos a oportunidade, defender e garantir, que essas políticas públicas reparadoras, sejam de fato, assegurados, e que independe de vir, raça gênero ou religião somos todos iguais! Resistir sempre, desistir dessa luta jamais!

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