Por Alexandre Nascimento dos Santos
Em uma sociedade que nos primeiros nove meses de 2020, matou 124 pessoas transexuais (dados do Trans Murder Monitoring), e segue em 2021 fazendo vítimas, como o caso da garota trans de 13 anos Keron Ravach que teve sua vida ceifada, sendo espancada até a morte no Ceará. O dia 29 de janeiro (dia da visibilidade trans) não é um dia para comemoração LGBTQI, mas sim um dia de conscientização social, que vidas de pessoas transexuais, transgêneros e travestis são importantes.
A letra “T”, na sigla, representa pessoas que todos os dias lutam pelo direito de ser o que são diante de uma sociedade moralista que legitima através de um discurso de ódio, a ideologia da identidade cisgênero como superior à identidade trans, fazendo com que essas, ocupem na sociedade espaço como marginalizados.
Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a LGBTIfobia como crime de racismo nos termos da lei nº 7716/89. Sabe-se que apenas esse reconhecimento não diminui a violência contra pessoas trans no Brasil, ainda somos o país líder no ranking mundial de assassinatos a homens e mulheres deste gênero.
Nesse sentido, se faz necessária uma política afirmativa de equidade e inclusão de pessoas trans na sociedade, que não seja perpetrada sob influência religiosa, visto que estamos em um Estado que deve(ria) ser laico. E não se pode haver interferência de grupos radicais antitrans, utilizano o discurso de “ideologia de gênero” com o objetivo de colocar as transexuais, transgêneros e travestis como inferiores na sociedade.
Sendo assim, campanhas de educação e prevenção da violência contra pessoas transexuais, devem ser narrativas de política institucional, que retirem do transfóbico o seu empoderamento de achar que vidas trans não importam!
Vidas trans importam e todos os dias é dia para a visibilidade de homens e mulheres de todos os gêneros.
Obrigado a amiga trans, farmacêutica e mestra Laura Maria pela autorização e permissão da sua imagem na coluna social de hoje. Imagem: cedida do Instagram – @lauramaria_snf
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Alexandre Nascimento dos Santos
Pedagogo, Assistente Social, Graduando em História e Pós Graduado em Psicopedagogia Clinica e Institucional.
@alexandrepedagogia.oficial
@alexandrexnascimento
Referências:
Visibilidade trans: por que (ainda) precisamos de um dia para falar o óbvio?