Por Dr. Guilherme Britto
A ansiedade é uma condição mental caracterizada por sentimentos de preocupação, nervosismo ou medo que são fortes o suficiente para interferir nas atividades diárias. Enquanto todos experimentam ansiedade em algum grau, transtornos de ansiedade envolvem um nível excessivo e persistente de preocupação que pode ser debilitante. Esses transtornos incluem, entre outros, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), o transtorno do pânico, a fobia social e o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Fatores de Risco para a Ansiedade
Os fatores de risco para a ansiedade são diversos e podem incluir uma combinação de fatores genéticos, ambientais, psicológicos e de desenvolvimento. Algumas pessoas têm uma predisposição genética que aumenta a vulnerabilidade à ansiedade. Fatores ambientais, como estresse contínuo no trabalho, problemas familiares, traumas ou eventos significativos, também podem desencadear ou exacerbar a ansiedade. Além disso, desequilíbrios químicos no cérebro, especialmente relacionados a neurotransmissores como a serotonina e a norepinefrina, desempenham um papel crucial no desenvolvimento de transtornos de ansiedade.
Efeitos Benéficos do Exercício Físico no Controle da Ansiedade
O exercício físico tem sido amplamente estudado e demonstrado como uma intervenção eficaz para reduzir os sintomas de ansiedade. A seguir, detalharemos como ele atua fisiologicamente para proporcionar esses benefícios.
1. Liberação de Endorfinas:
A prática de exercício físico estimula a liberação de endorfinas, que são neurotransmissores conhecidos por promover sensações de bem-estar e euforia. As endorfinas agem como analgésicos naturais e ajudam a melhorar o humor, proporcionando uma sensação de alívio do estresse e da ansiedade.
2. Regulação dos Neurotransmissores:
O exercício físico regular pode ajudar a equilibrar os níveis de neurotransmissores no cérebro, incluindo a serotonina, dopamina e norepinefrina. Esses químicos são fundamentais na regulação do humor e na resposta ao estresse. A serotonina, por exemplo, é conhecida por seu papel na promoção do bem-estar e felicidade, enquanto a dopamina está associada ao prazer e à recompensa.
3. Redução dos Níveis de Cortisol:
O cortisol é conhecido como o hormônio do estresse. Altos níveis de cortisol estão associados a estados de ansiedade e estresse crônico. O exercício físico ajuda a reduzir os níveis de cortisol no corpo, o que contribui para a diminuição da sensação de estresse e ansiedade.
4. Melhoria na Qualidade do Sono:
A ansiedade frequentemente afeta a qualidade do sono, levando a um ciclo de preocupação e insônia. O exercício físico regular pode melhorar a qualidade e a duração do sono, o que, por sua vez, reduz os sintomas de ansiedade. Um sono adequado é essencial para a recuperação física e mental, e o exercício ajuda a regular os ciclos de sono-vigília.
5. Aumento da Autoestima e Autoeficácia:
O engajamento em atividades físicas pode aumentar a autoestima e a sensação de autoeficácia. A percepção de ser capaz de realizar exercícios e atingir metas físicas contribui para uma visão mais positiva de si mesmo, o que pode diminuir a ansiedade.
6. Distração e Interação Social:
Exercícios em grupo ou em ambientes sociais proporcionam uma forma de distração dos pensamentos ansiosos e oferecem oportunidades de interação social. A interação com outras pessoas e a construção de uma rede de suporte são aspectos importantes na gestão da ansiedade.
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Referências Bibliográficas:
1. Rebar, A. L., Stanton, R., Geard, D., Short, C., Duncan, M. J., & Vandelanotte, C. (2015). “A meta-meta-analysis of the effect of physical activity on depression and anxiety in non-clinical adult populations”. Health Psychology Review, 9(3), 366-378.
2. Anderson, E., & Shivakumar, G. (2013). “Effects of exercise and physical activity on anxiety”. Frontiers in Psychiatry, 4, 27.